15/08/12
Palavra:
"Tipo
crente"
E,
de manhã, voltando para a cidade, teve fome. E, avistando uma
figueira perto do caminho, dirigiu-se a ela e não achou nela senão
folhas. E disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira
secou imediatamente. (Mateus 21:18, 19 ARC)
Jesus
estava com fome e se dirigiu a uma figueira. De longe ele havia a
avistado e sua aparência devia ser boa, pois Jesus foi até ela. Mas
chegando lá encontrou apenas folhas. Ele a amaldiçoou e ela secou
imediatamente. Como será que estão nossas vidas? O que ela tem
mostrado ser de longe e o que realmente é de perto? Quando se exige
a manifestação daquilo que somos, temos correspondido como homens e
mulheres de Deus?
Um
comercial na TV tem mostrado uma comparação de serviços de
internet e o concorrente se classifica como "tipo" o que
está sendo divulgado. Assim tem sido a vida de muitos cristãos, que
vão à igreja, mas não adoram, tem uma Bíblia, mas não lêem,
sabem do poder da oração, mas não oram. Seu estilo de vida é
"tipo de oração", "tipo de jejum", "tipo
de santidade", "tipo de leitura bíblica". Ele é um
"tipo crente".
Nos
tornamos um "tipo crente" quando freqüentamos uma igreja,
sabemos o que temos que fazer, que precisamos orar, ler a Palavra,
jejuar, buscar à Deus, evangelizar, amar ao próximo e não fazemos
estas coisas. Todos olham para nossas vidas e nos vêm com toda
disposição dentro da igreja, cantando em meio aos louvores,
dizendo: eis-me-aqui aos chamados de Deus. As pessoas devem pensar:
que homem de Deus! Como vive em intimidade com o Espírito Santo! Mas
quando vêem nossa vida no dia-a-dia, será que podem dizer o mesmo?
Tem havido a mesma busca que demonstramos na igreja?
Há
quanto tempo ouvimos falar da necessidade de uma vida de consagração,
de investir tempo diariamente na presença do Senhor? Será que temos
realmente vivido assim, ou tem sido uma vida "tipo" de
consagração? Jesus quer quebrar as "fachadas" religiosas,
Ele não está preocupado com esta vida de aparência, é preciso
verdade nesta busca.
O
que acontece hoje é que nos orgulhamos quando temos dias de busca e
intimidade, contamos pra todos. Isso é uma vergonha pra nós
cristão. Intimidade na oração tem que ser rotina e não evento.
Não devemos nos orgulhar da obrigação que temos.
Quem
deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do
Senhor? Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de
uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós
para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. Era
desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores,
experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o
rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as
nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de
Deus e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e
moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava
sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados. (Isaías 53:1-5
ARC)
Esta
passagem refere-se ao Messias. Quando Jesus estava na cruz não
estava com uma aparência bonita de se ver, mas em sua essência
estava o cumprir da vontade do Pai. Muitos se incomodam em encontrar
cristãos que não se pareçam, exteriormente, com cristãos. Demoram
para desejar a paz do Senhor, pois ficam com o pé atrás diante da
"carcaça" que viram. Mas o problema não está em quem não
parece, mas é. O problema está naqueles que se parecem, mas não
são.
Em
Mateus 23:1-28, Jesus adverte os escribas fariseus que carregavam um
exterior religioso, uma aparência bonita, mas tinham seu interior
imundo. Quem os olhava de longe viam verdadeiros mestres, como eles
mesmos gostavam de ser chamados, mas quando via-se os corações nada
havia de Deus naqueles homens. Devoravam as casas das viúvas, com
pretexto de prolongadas orações e tinham as portas do reino dos
céus fechadas para si. Todo um exterior bonito, mas por dentro
estavam podres.
Porque
não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é
exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e
circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra,
cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus. (Romanos 2:28, 29
ARC)
Temos
que nos desprender desta preocupação pela beleza apenas exterior,
que ganha apenas aprovação dos homens. Os cultos, a adoração tem
que se parecer mais com a reverência dos céus, do que com o
formalismo da terra. A igreja de Cristo precisa parar de se preocupar
com "sua fachada", com os comentários que fazem ao nosso
respeito pelo nosso estereótipo. Precisamos sim de uma limpeza e
mudança interior. Devemos buscar a essência da vida cristã. Sem
que outros vejam, mas que realmente seja uma vida de intimidade ao
Senhor.
Porque
Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem
resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento
da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, esse
tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de
Deus e não de nós. Em tudo somos atribulados, mas não
angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não
desamparados; abatidos, mas não destruídos; trazendo sempre por
toda parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que
a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos. E assim nós,
que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus,
para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne mortal.
De maneira que em nós opera a morte, mas em vós, a vida. E temos,
portanto, o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri; por
isso, falei. Nós cremos também; por isso, também falamos, sabendo
que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também por
Jesus e nos apresentará convosco. Porque tudo isso é por amor de
vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, torne
abundante a ação de graças, para glória de Deus. Por isso, não
desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e
momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória
mui excelente, não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas
que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas. (2Coríntios 4:6-18 ARC)
Nossa
preocupação não deve ser pela lutas enfrentadas, ou deixar o
desanimo abater por causa das dificuldades vividas. Ainda que nosso
corpo esteja cansado, com marcas das lutas, o nosso interior deve
permanecer inabalável, firme em Cristo. Devemos viver mais
preocupados com a nossa santidade do que com a nossa felicidade.
Porque aquilo que é exterior é passageiro, mas a fé, a santidade e
intimidade com Deus estão relacionadas à eternidade.
Nossa
família, a sociedade, nossos amigos, tem esperado algo de nossas
vidas. Uma postura diferente, uma oração, uma orientação que
venha de Deus, afinal hoje dizemos ser cristãos, freqüentamos a
igreja, adotamos um "linguajar crentês", mas não é disto
que eles precisam. Não é isto que o Senhor espera de nós, Ele tem
procurado algo que não seja apenas aparente, mas que traga frutos de
um verdadeiro relacionamento.
A
vida com Jesus não é de meia verdade, é sim sim ou não não.
Devemos refletir ou temos tido uma vida de dedicação e consagração
à Deus ou precisamos encarar que não está certo, que alguns pontos
devem ser revistos, prioridades colocadas no lugar, nos arrepender
disto e começar pra valer. Não podemos mais viver de máscaras,
isto não é servir ao Senhor, podemos até enganar aos homens, mas
não à Deus.
Seja
um crente verdadeiro!